ELIANDRO DA SILVA GONÇALVES
( Brasil – Rio de Janeiro )
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro Colégio.
Estudante do 3º. Período de Letras, na Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Mota.
(Em 1987, na edição do texto em “ESCRITORES BRASILEIROS” o autor tinha 26 anos).
ESCRITORES BRASILEIROS 1987. Capa: Maria Cristina. Rio de Janeiro: Crisalis Editora, 1987. 120 p.
No. 10 347
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda.
CANÇÃO DA JANELA
Para Anízia Pereira Amorim
Eu sei que as estrelas cintilam e, foi válida a Revolução Cubana.
A estrada está calada, a noite deserta, a Vulcan S/A não para.
Porém, princesa, neste momento sou apenas silhueta na janela...
A lua está quieta, mas na tua casa há festa, e na minha solidão.
Isto são momentos que invento para suportar teu comportamento
de andorinha azul.
As andorinhas azuis a ti se assemelham.
Tu queres que eu te adulo, desmorono-me à tua construção,
saiba princesa, os abutres não se enfeitam nem invejam o pavão.
Não me queixo se o vento despetala as rosas, assusta as aves,
põe a correr os fracos ou eterniza a canção.
Tu neste momento brindas, eu brinco; brinco; brinco com meu
pensamento,
com as cartas e as pernas da vizinha.
Colégio é um mar de sonolência. Ah, se hoje fosse verão!
a sorveteria e os bares não estariam fechados e, as lindas
funcionárias de Asberit S/A descontraídas passariam.
A tua essência no meu copo seria outra,
também a tua fragrância no meu corpo não seria esta.
Não sou como os fracos que deixam lágrimas no travesseiro,
escrevem cartas explicativas para remorsos das amadas.
Sou mais para “Che” do que Gonçalves Magalhães;
caracterizo-me mais aliancista (ANL) do que artista.
Porém não desmereço nem faço contigo o que fazes comigo.
Princesa, minhas palavras não necessitam de autópsia médica,
pois esse momento não atingirá as páginas jornalísticas,
receba-as como presente de um guerrilheiro-comunista
comemorando a vitória vietnamita sobre os franceses
e norte-americanos.
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Página publicada em março de 2025.
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